terça-feira, 30 de agosto de 2011

247 dias com ela.

O começo.
Era de pretensão nenhuma, era de sorrisos, descobertas hein? Quem diria? Você passava a descobrir o meu mundo ali, naquele corredor, eu te mostrava alguns truques de mágica, e você ria, só ria, um sorriso aberto, bonito, novo. Um sorriso de quem tinha achado algo, algo que seria a sua ruína talvez, mas um sorriso lindo, e eu passava a conhecer você e o seu mundo, também totalmente novo pra mim, estranho, convidativo, e eu queria tanto você e tive, você passou a ser minha, e eu sua, ai o meu mundo se tornou o seu e o seu o meu, e críamos juntas um mundo só nosso.

O meio.
Nos divertíamos como podíamos, entre mentiras e desculpas para nos encontrarmos, entre sustos e promessas de eternidade, mensagens de amor incontroláveis, o desejo de ficarmos sempre juntas só crescia mas a raiva que o nosso sentimento causava nas pessoas ao nosso redor ia nos diminuindo, primeira briga, primeiro ciúme, era tudo tão bonito, eu cuidava dela e ela como podia de mim, alcançamos a intimidade, alcançamos o prazer até, mas nada é o suficiente nesse mundo que era meu, dela e nosso ao mesmo tempo.

O triste final.
Não mas nos entendíamos, não mais no encaixávamos, não mais nos amávamos como antes, não era mais o mesmo, não éramos mais às mesmas, começávamos a nos estranhar, no mesmo corredor onde nos conhecemos e sorríamos, brigávamos, nos perdemos, eu te perdi, você me largou, nós nos traímos, já não tínhamos mais confiança, não tínhamos mais desejo, não tínhamos mais amor, só o apego que nos grudava, apego esse que me transformou nisto aqui, que me deixou nesse estado que eu estou agora, como você está eu não sei, nos encontraremos em algumas dessas esquinas da vida, recuperadas, superadas e felizes quem sabe, por enquanto vou fingindo que não te amo e você que não me conhece, talvez felizes, talvez inteiras, talvez livres dessa estranheza toda que temos agora uma pela outra. É talvez.

Nota póstuma.
E você vai ser mais feliz, longe de mim por isso, eu vou mais não me peça pra amar outra mulher que não você.

domingo, 21 de agosto de 2011

Um dia, quem sabe.


Um dia, uma lembrança, uma vontade, uma saudade, uma ausência, o passado se reflete no presente e o mundo muda todos os dias, você muda todos os dias sem nem perceber, mudam-se os amores, mudam-se a pessoas, muda-se o caráter, o olhar às vezes não enxerga o que vê, e às vezes o que vê também não se permite ser olhado não mostra realmente tudo de escondido, andar na rua pode ser simplesmente um hábito se você não se permite virar o pescoço ou simplesmente ouvir uma música, quem sabe sorrir apenas com o vento que soprou ao teu favor hoje e você nem se deu conta, não damos conta sempre de tudo, na percepção e no tamanho das coisas, às vezes são pesadas demais pra carregar, às vezes simplesmente não queremos carregar, às vezes nem sabemos que elas realmente estão ali esperando para serem modificadas, melhoradas, concluídas. E a conclusão? Às vezes não é o que esperávamos e pelo menos nada do que eu realmente esperava, idealizava realmente aconteceu, a realidade se permite surpreender a gente, sem nem mesmo perguntar se queremos ser surpreendidos ou se realmente nos surpreenderemos, para uma vida sem idealizações ela insiste em nos ensinar, uma vida sem projeções, premonições ou vidências futuristas, é esperar menos e fazer, eu sei bem que é fácil falar, fazer também é, mas se sentir completo pelo feito é difícil, sei quando a vida de feito ou de desfeitos se torna vazia, não sei de onde verte tanta desesperança, não sei da onde o ser humano produz, e que em algumas pessoas simplesmente não parece ter produzido e outros simplesmente parece que jorra dos olhos, do canto da boca, das frestas dos dedos, será que um dia aprenderemos a conseguir só ser? Sem esperar, nem pensar em sofrer, sentir falta, chorar quietinho olhando recordações, papéis antigos e amarelados da cor do nosso intimo, será que um dia seremos completos, satisfeitos e enfim felizes? Completa eu não sei se um dia chegarei a ser, mas se um dia me perguntarem como eu estou vou me esforçar pra responder que estou bem, e não que estou indo, por que às vezes não sei pra onde vou ou como estou, mas tenho sempre que acreditar que melhora, melhorou melhorará, porque tudo passa, se modifica ou se concluí, é só se acreditar.

sábado, 20 de agosto de 2011

Caçador foi, caça um dia será.


Estou no meio do agradável e isso não me agrada, estou buscando o que eu nunca mais conseguirei ter, o que nunca mais conseguirei sentir, mas que vejo todos os dias ao longe, tão longe, tão longe de mim, me sinto vazia, é me sinto vazia no meio desse cheio todo, desse repleto de nada, desse fim colorido e brilhoso que você desenhou pra mim, mas não quero esse fim, curiosa e insatisfeita que sou vasculho cada canto de tudo, a procura de um novo fim ou de um novo começo mais recomeço a desistir, já falei em desistir tantas milhões de vezes mas não consigo, é de mim não querer largar-te, deixar-te, quem dera eu poder, quem dera eu querer te deixar ferida por ai com um sorriso na cara de satisfação, mas simplesmente não consigo, e essa tua forma de me negar tudo que tenho direito me deixa ainda mais faminta de querer pedir, de querer implorar, de me jogar de lado por mais um dia de satisfação seu, isso me deixa em carne viva, mas é melhor ser viva, do que carne morta a sugar a vitalidade de outra pessoas por ai, prefiro ser essa coisa insistente que nem eu e acho que nem você consegue intitular, me dê um nome ou me dê um adeus, me dê um papel satisfatório nessa sua tragédia ou me diga que nunca mais, só não faça questão de mim, porque eu sou assim exatamente como me mostro nos dias de insônia e melancolia, pois eu sou assim mesmo quando estou feliz, porque eu sei que o mesmo não durará até o próximo amanhecer e se durar vai ser outra, com outras entrelinhas de tristeza duramente escondidas mas tão claramente perceptíveis, pena que você não me observa, pena que não me olha, te mostraria tanto se pelo menos fingisse um pouco de atenção aos meus feitos febris, e eu que sou obrigada a vestir essa carapuça de aversão, de desamor, por você como todas as outras coisas que também já fiz e você nem reparou, é por mim também, pra me manter segura desse imã que tem no teu peito que o meu não consegue parar de se sentir atraído, me pergunto quando você vai parar com tudo, quando você vai parar de querer se aproximar pra depois correr e sumir novamente, e voltar como se não tivesse nenhum interesse, me expresso melhor em palavras, pena que você não vai ler, se lesse entenderia o que eu tento fazer por mim e por você, embora você não perceba, talvez você também faça algo por mim, mas se esconde tanto menina que por mais que repare não consigo ver e quando te peço pra me informar pra se for o caso eu te dar algum tipo de crédito você foge, como sempre, como todos os nossos dias foram e serão esse eterno jogo de gato e rato, mas fica ai a minha dúvida, Quem está jogando? Quem é a caça dessa vez? Quem vai se deixar ser pego e abatido? O gato ou o rato? Ou os dois.
 

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