sábado, 3 de dezembro de 2011

Seja o que for, não mude nunca.



Decidida dessa vez a não mais se entregar, decidida a por toda dor em prova, até onde aguentaria e se aguentaria, escolheu a que mais há agradou, não gostava de pensar em um ser humano como mercadoria mais era necessário quebrar todos os vínculos de algum tipo de piedade por essa raça falha, pensava com nojo que também pertencia a ela, uma pena ela que sempre prezou pelo intimo de si, agora deixava exposto à vitrine de outro ser escolhido a dedo, não teve vergonha, já tinha se entregado tantas vezes para pessoas de índole duvidosa e de personalidade cruel que se entregar só por desejo carnal era o de menos , é você que eu quero, disse com rispidez, você que hoje vai me abrir às portas para eu poder entrar nesse seu mundo sujo, tire a roupa e se exponha para mim agora, seja impessoal e não estou aqui pra conversa, só quero fingir tirar inocência de você como há tempos a minha foi tomada, explicou que era só uma coisa meio de fetiche mais não explicou que estaria disposta a tudo naquela noite, prendeu a mulher a beirada da cama, observou-a com um olhar de crítica, pele branca, seios fartos, e o cheiro? Incenso, cigarro, lavanda, pensou em como aquela mulher linda também poderia ter sentimentos como teve, espantou pra longe rapidamente o pensamento para não fazer com que desistisse, estava disposta, sim estava disposta a tudo repetia com rigidez, da bolsa que trouxe tirou uma faca, a mulher que até então fora paga pra ficar calada e deixar com que fizesse o que quisessem dela olhou-a fixamente o medo a deixando cada vez mais pálida, calma meu anjo disse diabolicamente, não te farei mal, só quero mostrar a minha faca ao seu corpo, pegou o copo de vinho da cadeira e tomou um belo gole, limpando as gotas que escorregava até o decote, chegou perto da mulher e a beijou com força, sentindo a boca da mulher a sua frente e o vinho adoçando o beijo, aquele que ela pensou que não sentiria nada, mais sentiu um arrepio sem aviso na nuca, e com a faca terminou de despir a mulher  a sua frente, agora olhando com mais atenção, uma veia sobressalente descia do seu pescoço até o começo do colo e fixada por ela e fixada por sua dor, quis fazer da sua a dela, e no rosto da mulher o medo cada vez mais ia se alargando e ela sorrindo olhou-a fixamente e disse, vou te fazer sangrar, sabe o que isso é? Sabe quanta dor vai sentir? Eu sei, eu miseravelmente sei, e deslizou a ponta da faca de bronze pela pele alva até conseguir fazer escorrer um fino fio de sangue e uma lágrima grossa, imediatamente se sentiu atraída a mulher, a pele, ao cheiro, ao sexo e a cada vez mais sentia o calor do querer subir até conseguir esquentar um pouco aquele seu pensamento e ação tão gelados, e sentiu o súbito do desejo há atrair até a pele e sem pensar passou a língua suavemente no ferimento que abriu, sentindo o gosto do sangue e o sal das lágrimas da mulher que até então estava desesperada pra se soltar, daqueles braços, daquele rancor que faiscava nesses olhos que tentavam há ferir, sentia pena, de si mesma por deixar isso acontecer e mais pena ainda de quem há queria machucar, mais ela não se deixou abater pelos puxões da outra mulher, ela queria e ela iria ter, era sua vez, dominar, se sentir dona de outra vida, machucar sem nenhuma culpa, segurou com força os braços da outra mulher e usou a língua pra terminar de limpar o fio fino de sangue que ainda restara, conseguiu descer até o umbigo e o seu próprio corpo fingindo despretensão, que não queria mais no fundo o desejo só aumentava de torna-la sua, voltou a apanhar a faca, agora passando entre as coxas e subindo viu mais outro fio fino de sangue a escorrer, era isso que ela queria motivos com a cor do vermelho pra chegar aonde queria, não ela não queria sexo, por dentro até sim, ela só queria brincar e machucar essa noite, ela só queria saber o gosto de deixar alguém ferido e com vontade e simplesmente virar as costas como se a outra mulher não existisse, como se não a causasse efeito, como toda a dor que ela conseguiu-a fazer sentir aliviasse a própria, a outra mulher gritou e implorou pra que há soltasse, e assim ela o fez, soltou-a e com um sorriso na cara a agarrou pela nuca, fez com que as mãos deslizassem até o sexo e com alguns movimentos conseguiu ver a outra mulher sucumbir aos desejos dela, só dela naquele momento, há pressionou contra a parede  e continuou a acaricia-la, o desespero no rosto da outra há dava um prazer, aquela conhecida mistura de medo, dor, desejo, que tanto já bateu sua porta nas piores e mais frias da madrugada e ela sozinha ou largada não conseguia saciar, mas agora podia e quando o rosto da outra mulher se transformou em um que de explosão de sensações ela simplesmente tirou a mão de onde estava, levou os dedos a boca sentiu o gosto doce da outra mulher, aquele gosto que ela tanto já estava habituada, apanhou a faca e a bolsa, bebeu o último gole de vinho e com um sorriso de canto de boca, abriu a porta e simplesmente foi, deixando a sua  vitima com o suor a escorrer e o rosto lavado de desespero interrompido, a porta nunca mais tornou a abrir, ela saiu mais mulher que qualquer uma naquele dia. 
 

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