Deixa colado na nuca esse último beijo, que eu preciso
guardar como foto para mais tarde saber que esse beijo era meu, desfaz a cama, levanta
assim, nua, linda, crua. Veste apenas esse sorriso bobo, que finjo que é meu. Não
acredito em ti, no teu amor, na tua presença, mas te quero aqui, em mim e
depois que esse tempo acabar, quero te ver passar sem me ver, quero lembrar dos
teus traços e sentir saudades porque não são meus, você não é minha, mas que
geme amor no meu ouvido, não é minha mas põe o dedo na minha boca para dormir,
que não é minha mas enfia as unhas na minha curva só para espiar o arrepio, que
não é minha, mas que está em cada fresta de mim.
Mulher que nunca foi minha, mas que nunca foi embora.