segunda-feira, 10 de junho de 2013

Prólogo.

Era uma noite muito fria, meados de julho, aqueles julho que se acabam de tanto chover , eu sempre fiquei a mercê do clima, refletia fora o que por dentro me escorria, eu ficava sentada no alpendre da minha antiga escola, nunca parei de ir lá, mesmo tendo concluído o ensino médio, são tantas lembranças, tanto ferro fundido terminado em ferrugem, ficando podre, fazia aquilo pra testar a minha sanidade, pra testar minha memória.


Todos os dias eu esperava escurecer e ficava lá, vendo o movimento, exercitando minha mente, alimentando minha liberdade, sempre procurei a função disso tudo, mas nunca encontrei. Sou daquelas que só acredita em fatos, desde pequena sempre tive o habito de olhar todos os detalhes que me faziam ser eu no espelho, olhava cada traço das mãos, cada sinal no corpo, revisava mentalmente minhas características, achava que poderia ser apagada, que a minha história de nada valeria, que teria validade e como humana que sou tenho, mas pensei que ninguém nunca lembraria de uma menina normal, que sempre fez tudo normal e que nada foi alterado no ciclo tedioso do ser humano, aquele que a gente aprende nas aulas de ciência, nascer, crescer, reproduzir e morrer, eu não queria aquilo, definitivamente eu não queria, mas o que pessoas normais, com qualidade e aptidões normais, poderia fazer de uma vida predefinida a ser nada mais que um normal?
 

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