Dentro de mim existia uma pausa, dessas com controle
quebrado e como tudo que quebrado está quebrado permanece não tinha pra onde correr, resolvi
andar, olhar o asfalto, a rua, o movimento, as caras que eu não conhecia,
precisava de ar. Enquanto andava uma moça me chamou a atenção, estava andando
sorrindo sozinha, cantando um refrão que me era velha conhecida “ Hoje eu
cansei de saudade e vou mandar te trazer, nem que precise mais de mil cavalos brancos
pra ti convencer”, pensei em como essa música é linda e em como eu esqueci que
as coisas bonitas ainda existem, resolvi olhar mais de perto e com olhos de mar
inundado a menina cantarolava “ Se eu fosse um rei, eu te dava abrigo no meu
país, mas eu não sou por isso segues como exilado sem saber de mim”, será que
ela esperava ou amava alguém pra ter essas palavras grudadas no céu da boca? Resolvi
perguntar.
- Licença, bonita
canção, né?
- É muito especial, acordei com ela colada no espelho da
memória e resolvi fazer dela hoje um hino, por especial ser a melodia e
especial ser o dia.
- Um dia muito especial para essa música ser a sonoplastia,
hein!
-É sim, um amor que já morreu e onde se enterrou nasceu
planta nova, brotou hoje em flor e percebi que o amor renasce sempre. E me
sinto feliz, por ter amor, mesmo morto renascido.
*me despedi e apenas saí sorrindo*
Deixei aquela cena carregada de cheiro doce de amor morto
renascido, cantarolando “ Hoje não importa, nem teu nome insisto em te afirmar,
que essa espera é só uma gota, que só se faz transbordar.”
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